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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pastoral de DST/Aids chama atenção da incidência da doença entre os Idosos

06/07/2010 Alagoas Diário
Engana-se quem acredita que só há casos de aids em pessoas jovens. De acordo com boletim epidemiológico divulgado em 2008 pelo Ministério da Saúde, não só há incidência de casos de aids em pessoas com 50 anos ou mais como essa taxa dobrou entre 1996 e 2006. Por conta disso, a Pastoral de DST/Aids, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também voltou as atenções para essa parcela da sociedade.

Os números não deixam dúvidas. Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de incidência de casos de aids na população acima de 50 anos entre 1996 e 2006 passou de 7,5 casos por 100 mil habitantes para 15,7. O aumento foi registrado em todas as regiões brasileiras.

Conforme a pesquisa do Ministério, assim como aconteceu entre a população jovem, a razão de sexo dos casos de aids em pessoas com 50 anos ou mais também caiu. "Em 1986, a razão era aproximadamente de 19 casos de aids em homens para cada caso em mulher. Em 2006, chegamos a 1,6 casos de aids em homens para cada caso em mulheres", revelou o boletim.


Os dados chamaram a atenção da Pastoral de DST/Aids, que passou a também dar destaque à população idosa. De acordo com frei Luiz Lunardi, assessor da Pastoral, o serviço está sempre se renovando, seguindo a dinâmica da epidemia. Com o aumento de casos de aids em pessoas acima de 50 anos, os trabalhos da Pastoral não poderiam deixar esse público de lado.


"Nos últimos tempos, os agentes estão chamando a atenção das pessoas idosas para essa realidade. Ao mesmo tempo há iniciativas de trabalho junto à pastoral da pessoa idosa para sensibilizar a população da terceira idade", comenta.

Uma dessas atividades de sensibilização ocorreu no início de junho em Araguaína, Tocantins. Segundo frei Lunardi, a ideia foi formar agentes multiplicadores de informação entre as pessoas idosas. "Em Tocantins o trabalho vai em direção de formar lideranças da terceira idade para desenvolver ações com seus pares", destaca.

O assessor da Pastoral revela que a intenção é ter em cada comunidade uma pessoa que transmita informações seguras e diretas à população idosa. "Estamos desenvolvendo capacitações nos regionais da CNBB onde aprofundamos as questões técnicas da doença e também o aspecto pastoral, mística e metodologia, espiritualidade do agente pastoral", explica.

Uma das principais questões enfrentadas em relação à sexualidade e aids ainda é a dificuldade de conversar sobre o assunto. "Começa-se com o fato de que está no imaginário comum que as pessoas idosas não têm vida sexual ativa. No entanto, houve muitas mudanças no comportamento desta população: participação de festas, bailes, viagens. A independência financeira e a entrada no mercado de drogas que potencializam a vida sexual também provocam mudanças no estilo de vida", lembra Lunardi.

Mesmo com as modificações no comportamento, o assessor da Pastoral comenta que nem sempre se consegue falar sobre sexualidade e aids com essas pessoas. De acordo com ele, o que ocorre é que nem sempre elas conseguem compreender essas mudanças.

"Houve um acréscimo de anos na estimativa média de vida. As pessoas estão vivendo mais. Mas nem sempre as situações e contextos são assimilados por este público. Assim é com a sexualidade e a aids, temas que as pessoas têm dificuldade de conversar e se informar. Há também muita dificuldade de as pessoas sentirem-se vulneráveis", afirma.

Para conhecer mais o trabalho da Pastoral de DST/Aids,
acesse: http://www.pastoralaids.org.br/index1.php

Fonte: Karol Assunção / Adital

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